Qual é o convite?

Sempre fui uma pessoa sedentária. Na adolescência tive uma experiência feliz com a capoeira e nada mais. Segui a vida com um discurso que me distanciava demais do universo pró-saúde. Mas emagrecer muito, rápido e naturalmente me obrigou a conviver com a academia, caminhadas e ambientes afins. E não demorou nada para gostar e querer mais daquela sensação de corpo cansado e suado. Fora a alegria de me superar, quando eu vou sem a menor vontade ou sempre que olho pra trás e vejo que me tornei quem jamais imaginei.

A verdade incontestável é que mês que vem comemoro dois anos de exercícios físicos tornando meus dias significativamente melhores. Além da academia, estabeleci a rotina de caminhar na praia duas vezes por dia, isso me proporcionou uma tranquilidade nova, dentro da minha realidade crua e nem sempre aconchegante. Mas ainda que meu dia estivesse pesado tinha a hora de olhar o mar, sentir aquele vento, cheiro e voltar renovada para encarar minhas questões. Embora a vida estivesse complicada, eu estava agindo em meu interesse e isso transformou minha maneira de pensar e enfrentar meus desafios.

Mas aí eu caí, do jeito mais bobo e fora de propósito: em casa, distraída, negligente com o básico. Tropecei, bati o pé na porta e quebrei um dedo. Me senti a minha pior inimiga. Não precisava ter caído daquele jeito. Não precisava ter esperado tanto para ir ao banheiro, correndo sem notar a porta, e batendo o pé com força. Mas aconteceu, e não tinha nada que eu pudesse fazer para mudar essa realidade.

Ao mesmo tempo que me peguei reclamando da sorte, tenho tentado resolver mais do que gastar energia falando sobre derrotas. A melhor ação naquele momento era aceitar e tentar aprender com a situação presente.

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