Os faróis que me guiaram

NewsLet's - edição #002

Se cada um de nós passa por uma jornada heroica, acredito que a minha começou com um filme infantil sobre um menino que morava num farol com seu pai. Eu era muito pequena, e não me conformo de não lembrar o nome. Mas tenho cenas bem claras na minha cabeça até hoje. Eles subiam uma escada muito íngreme, mas a casa ficava em baixo.

Nada do enredo ficou marcado em minha vida. O que de fato me impactou foi o desejo de viver uma experiência em um farol. Queria passar uma noite aprendendo como abastecê-lo, ligá-lo e observar os navios sendo guiados. Mesmo vivendo longe de praias e, principalmente, de um farol real, o desejo de ter essa experiência sempre esteve presente em minha mente.

Mas os faróis sempre me chamaram. Continuo curiosa sobre como é estar no oceano, se o som do mar aumenta na ausência de outros barulhos e se o vento é esporádico ou constante como um ventilador sempre ligado. No entanto, o que mais me intriga é imaginar quão belo deve ser o céu em um lugar livre de outras luzes e ruídos competidores.

Os faróis sempre me guiaram e por muito tempo colecionei fotos de faróis na internet e isso acabava me acalmando em momentos difíceis.

Mais velha passei a procurar faróis na praia de noite, procuro mirar nas luzinhas que ficam piscando tão longe e me questiono sobre o poder da intenção. A capacidade daquela luz chegar tão longe a ponto de me acertar na areia, em plena terra firme.

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